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Grécia chega a acordo para estender resgate

20 de fevereiro de 2015

Ministros das Finanças da zona do euro concordam em prolongar ajuda financeira ao governo grego por mais quatro meses. Extensão do programa, no entanto, terá que ser acompanhada de reformas em Atenas.

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O ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos (esq.) com o colega grego Yanis VaroufakisFoto: Reuters/Y.Herman

Após semanas de tensas negociações, que elevaram o temor de que a zona do euro poderia pela primeira vez perder um membro, o governo grego chegou nesta sexta-feira (20/02) a um acordo com os ministros das Finanças europeus para estender o programa de resgate financeiro.

O programa de resgate, que expiraria no próximo dia 28, será estendido por quatro meses. A ajuda, no entanto, deve vir acompanhada de novas reformas, que terão que ser detalhadas por Atenas aos credores até a próxima segunda-feira.

Segundo o comunicado do Eurogrupo divulgado ao fim da reunião, os credores vão fazer uma primeira avaliação sobre se a lista apresentada pelo governo grego é "suficientemente ampla para ser um ponto de partida válido para a conclusão bem-sucedida" do acordo.

A nota diz que apenas a aprovação das propostas de reformas gregas vai permitir "qualquer desembolso" de uma nova parte do pacote de resgate financeiro, que já chega a 240 bilhões de euros.

"Será preciso trabalhar muito para acordar as políticas de reforma que vão ser a base para a avaliação [dos credores]", disse o comissário europeu dos Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

Alívio para Tsipras

O acordo desta sexta-feira deve firmar as bases para o diálogo entre a Grécia e a troica – como é chamado o trio de credores formado por Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia. Também vai ajudar a dissipar as incertezas instauradas após a vitória eleitoral, em janeiro passado, do partido esquerdista Syriza, que assumiu o governo com um claro discurso contra as políticas de austeridade.

"Esta noite foi o primeiro passo de um processo para restabelecer confiança", disse Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo. "Conseguimos chegar a um meio-termo para alcançar um acordo."

Außerordentliches Treffen der Eurogruppen Finanzminister Eurogruppen Christine Lagarde
Lagarde: "Foi um processo bastante trabalhoso, mas construtivo"Foto: picture-alliance/dpa/O.Hoslet

Com a proximidade do fim do atual programa de resgate financeiro, o premiê grego, Alexis Tsipras, precisava garantir fontes de financiamento para dar fôlego à economia do país e cumprir suas promessas de governo.

Por um lado, o acordo representa um alívio para Tsipras, que terá mais tempo para renegociar um entendimento de longo prazo sobre a dívida grega. Por outro, evidencia uma suavização do discurso do premiê, que chegou a prometer acabar com a cooperação com a troica.

"Foi um processo bastante trabalhoso, mas construtivo", disse Christine Lagarde, chefe do FMI.

Apoio da população

Quase um mês depois da eleição que levou o partido radical de esquerda Syriza ao poder, muitos gregos estão satisfeitos com o rumo adotado pelo novo governo. Mesmo quem não votou na legenda elogia a postura de não se curvar à tão odiada troica e, em vez disso, negociar de cabeça erguida.

Numa pesquisa de opinião recente, 80% dos consultados acham que Tsipras faz um bom trabalho, e 58% opinam que ele está negociando da maneira correta com os credores. Se as eleições fossem hoje, Tsipras receberia 45% dos votos, bem mais que os 36% que ele conseguiu no fim de janeiro.

RPR/rtr/dpa