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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

EUA bloqueiam adesão plena da Palestina às Nações Unidas

Lusa | Reuters
19 de abril de 2024

Os EUA vetaram no Conselho de Segurança a resolução que abria a porta à entrada da Palestina como membro de pleno direito da ONU, da qual é apenas um Estado observador. Hamas condena veto e promete continuar a luta.

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Robert Wood, embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, durante uma reunião do Conselho de Segurança na sede da ONU, a 18 de abril de 2024
Robert Wood, embaixador dos EUA nas Nações UnidasFoto: Yuki Iwamura/AP/picture alliance

Durante várias semanas, os palestinianos, que têm o estatuto inferior de "Estado observador não membro" desde 2012, bem como os países árabes, imploraram ao Conselho de Segurança da ONU que aceitasse que um "Estado palestiniano" já reconhecido pela maioria das capitais tomasse o seu "lugar legítimo" nas Nações Unidas.

"Conceder à Palestina a adesão plena às Nações Unidas aliviaria algumas das injustiças históricas sofridas por gerações de palestinianos", sublinhou Ziad Abu Amr, alto funcionário da Autoridade Palestina, perante o Conselho de Segurança. 

Os pedidos foram em vão. Os Estados Unidos, que tudo fizeram para atrasar a votação, não hesitaram em usar o seu direito de veto, que utilizam regularmente para proteger o seu aliado israelita.

O projeto de resolução apresentado pela Argélia que "recomenda à Assembleia Geral que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas", obteve 12 votos a favor, 1 contra e 2 abstenções (Reino Unido e Suíça).

Os Estados Unidos continuaram a repetir nas últimas semanas que a sua posição "não mudou" desde 2011, quando o pedido de adesão apresentado pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, foi abreviado face à oposição norte-americana, antes mesmo de chegar à fase do Conselho.

Washington acredita que a ONU não é o lugar para o reconhecimento de um Estado palestiniano, que segundo as autoridades norte-americanas deveria ser o resultado de um acordo entre Israel e os palestinianos. Também enfatiza que a legislação norte-americana exigiria que cortassem o seu financiamento à ONU no caso de adesão palestiniana fora do acordo bilateral.

Os israelitas também denunciaram veementemente a iniciativa palestiniana, criticando o simples facto de o Conselho estar a analisar o pedido palestiniano que o seu embaixador na ONU, Gilad Erdan, considerou imoral.

O governo israelita opõe-se à solução de dois Estados, defendida por uma grande maioria da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos. A maioria dos Estados-membros da ONU também reconhece unilateralmente um Estado Palestiniano.

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Hamas condena veto dos EUA

O movimento islamita palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza e em guerra contra Israel, condenou hoje o veto dos Estados Unidos à adesão da Palestina à ONU.

"O Hamas condena o veto norte-americano no Conselho de Segurança ao projeto de resolução que concede à Palestina o estatuto de membro de pleno direito das Nações Unidas", declarou o movimento, numa breve declaração em árabe, divulgada na sexta-feira.

O Hamas garantiu ainda "ao mundo" que o povo palestiniano "continuará a luta até à criação (...) de um Estado palestiniano independente e plenamente soberano, com Jerusalém como capital". 

A Arábia Saudita lamentou esta sexta-feira o facto de o Conselho de Segurança das Nações Unidas não ter adotado um projeto de resolução favoável à adesão plena da Palestina na ONU.

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