1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Calor extremo obriga Atenas a fechar Acrópole

15 de julho de 2023

Temperaturas têm passado dos 40°C no sul da Europa, que vem sendo castigado por uma onda de calor.

https://p.dw.com/p/4TwCX
Acrópole de Atenas
O serviço meteorológico da Grécia prevê que as temperaturas voltem a ficar elevadas no sábadoFoto: LOUIZA VRADI/REUTERS

As autoridades da Grécia fecharam a Acrópole de Atenas nesta sexta-feira (14/07) durante a parte mais quente do dia para proteger os turistas, num momento em que o sul da Europa é castigado por temperaturas extremas provocadas por uma de calor.

O fechamento perdurou do meio-dia às 17h do horário local, quando as autoridades esperavam temperaturas de até 41°C na cidade. No entanto, os termômetros costumam apontar leituras ainda mais altas na colina acima da capital grega devido à altitude e à falta de sombra. O serviço meteorológico da Grécia prevê que as temperaturas voltem a ficar elevadas no sábado, podendo chegar de 42°C em Atenas ao meio-dia.

Na Itália, há temores sobre os próximos dias, com o calor se intensificando e as temperaturas previstas subindo acima de 45ºC na próxima semana no centro e sul do país.

A onda de calor foi batizada de Cérbero pela Sociedade Meteorológica Italiana, uma referência ao monstro de três cabeças que é descrito em Inferno, a primeira parte da obra Divina Comédia, de Dante Alighieri.

E Cérbero deve ser seguido por outra onda de calor, a Caronte - referência ao barqueiro da mitologia grega que conduzia pessoas recém-falecidas ao mundo dos mortos -, com temperaturas ainda mais altas. Espera-se que a área de alta pressão atinja seu calor máximo no início da próxima semana - com temperaturas acima de 40°C em Roma, Florença e Bolonha. Em partes da Sardenha a previsão de até 47°C.

A Agência Espacial Europeia (ESA), cujos satélites monitoram as temperaturas da terra e do mar, alertou que Itália, Espanha, França, Alemanha e Polônia enfrentam condições extremas.

As temperaturas podem quebrar o recorde atual da Europa - 48,8°C registrados na Sicília em agosto de 2021.

Na Croácia, 56 bombeiros com 20 veículos e três aeronaves trabalham para conter um incêndio florestal que se espalhou rapidamente na quinta-feira devido aos fortes ventos do sul perto da cidade adriática de Sibenik. A localidade de Grebastica foi devastada pelo incêndio, com carros e casas destruídos.

Na Turquia, o serviço meteorológico alerta para calor intenso no fim de semana. No oeste do país, as temperaturas nos próximos dias devem ficar até dez graus acima do habitual para a estação. Em Antália, uma cidade popular com turistas, são esperadas temperaturas de até 42°C no fim de semana.

Calor matou mais de 60 mil em 2022

Na segunda-feira, um estudo publicado nesta pela revista científica Nature Medicine apontou que cerca de 61 mil pessoas morreram de calor na Europa durante o verão de 2022 no Hemisfério Norte.

O estudo, elaborado por cientistas de um instituto de saúde francês e do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), ainda alertou que o continente poderá enfrentar mais de 94 mil mortes por ondas de calor em 2040.

O verão de 2022 foi o mais quente registrado até hoje na Europa, com sucessivas ondas de calor que causaram recordes de temperatura, seca e incêndios florestais.

Os cientistas analisaram dados de temperatura e mortalidade para o período 2015-2022 em 823 regiões de 35 países europeus, com uma população total de mais de 543 milhões de pessoas. Com base nesses dados, construíram modelos epidemiológicos que permitem prever a mortalidade atribuível às temperaturas para cada região e semana do período de verão (boreal) do ano passado. No total, a análise revela que, entre 30 de maio e 4 de setembro de 2022, ocorreram 61.672 mortes atribuíveis ao calor na Europa. Uma onda de calor particularmente intensa, entre 18 e 24 de julho, causou 11.637 mortes.

Recentemente, o Serviço Copernicus para as Mudanças Climáticas (C3S), órgão da União Europeia, informou que o último mês de junho foi o mais quente desde 1991, com temperaturas recordes registradas tanto em terra quanto nos oceanos.

Levando em conta a média de temperaturas globais, junho de 2023 ficou 0,53 °C acima dos índices registrados entre 1991 e 2020 no mesmo período, superando "substancialmente" o recorde anterior, de 2019.