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Cuba confirma uma morte em protestos contra o governo

14 de julho de 2021

Confronto entre manifestantes e forças de segurança na periferia de Havana deixa um homem morto. Várias pessoas são feridas e inúmeras outras, detidas.

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Protesto em Cuba
Protestos contra o governo começaram no domingo e se espalharam pela ilhaFoto: Eliana Aponte/AP Photo/picture alliance

Um homem de 36 anos morreu nesta segunda-feira (12/07) durante um confronto entre manifestantes e forças de segurança em Cuba. A vítima foi identificada pelo Ministério do Interior como sendo Diubis Laurencio Tejeda, de 36 anos.

Várias outras pessoas ficaram feridas e inúmeras foram detidas, informou a agência de notícias de Cuba. O confronto ocorreu durante uma manifestação no bairro de La Guinera, na periferia de Havana.

O protesto desta segunda-feira, num dos bairros mais pobres da periferia da capital, foi transmitido ao vivo em redes sociais, apesar de o acesso à internet móvel ter sido cortado pelo governo já no domingo.

As imagens mostram dezenas de pessoas caminhando pelas ruas e gritando palavras de ordem como "liberdade" ou "o povo unido jamais será vencido".

Maiores protestos desde 1994

Desde domingo ocorrem protestos contra o governo em vários locais de Cuba. Manifestações desse tipo são raras na ilha comunista, onde o governo tolera poucas críticas.

Os manifestantes culpam o governo do presidente Miguel Díaz-Canel pela falta de alimentos e remédios, pelos cortes de energia e pela pior onda de covid-19 desde o início da pandemia.

Díaz-Canel afirmou que os protestos são orquestrados por contrarrevolucionários financiados pelos Estados Unidos. O Irã acusou os EUA, que expressaram apoio ao direito dos cubanos de se manifestar, de interferirem em assuntos internos de Cuba.

A organização internacional Human Rights Watch afirmou que mais de 150 pessoas foram presas ou estão desaparecidas. No domingo, jornalistas da emissora CNN testemunharam várias pessoas sendo detidas e levadas embora em furgões em Havana.

O governo cubano não divulgou quantas pessoas foram presas ou feridas nos protestos. Também não foram confirmadas outras mortes, além da desta segunda-feira.

Os protestos são os primeiros desde o famoso "Maleconazo" de 1994, no meio da crise econômica do chamado "Período Especial", os anos seguintes ao fim da União Soviética.

as/lf (Lusa, Efe, AFP, AP)